sábado, 29 de abril de 2017

Elon não acredita na morte

"Elon não acredita na Morte", de Ricardo Alves Jr (2016) Eu adoro ver cenas de sexo bem filmadas nos filmes, e aqui, existe uma cena de sexo explicito, onde os atores Romulo Braga e Clara Choveaux fazem sexo oral, de forma crua e visceral. Uma cena intensa e dolorosa. Só por essa cena, o filme já merecia a atenção do espectador. Mas o filme é bem mais do que isso. Totalmente focado na estética dos cineastas belgas irmãos Dardenne, que se utilizam da câmera documental que fica o tempo todo grudado nas costas do personagem, seguindo-o para todos os lugares, "Elon não acredita na Morte" é um híbrido de drama psicológico e filme de suspense. Elon ( Romulo Braga) é um vigia noturno. Sua esposa, Madalena (Clara Choveaux) não retorna para casa, e ele passa a noite toda em busca de seu paradeiro. Para isso, ele vai atras de uma amiga, da Irma dela ( a mesma Clara Choveaux) e de pessoas próximas, sem sucesso. Ao mesmo tempo, imagens desconexas vem a sua mente. O que teria acontecido `a Madalena? Me lembrei bastante de um filme de Gustavo Rosa de Moura, chamado " Canção da volta". Nele, um casal em crise, vividos por Joao Miguel e Marina Person, vivem `as turras. Um dia, ela desaparece, e o personagem de Joao vaga pelos hospitais, delegacias, Iml, ruas, em busca dela. O que diferencia os dois filmes, é justamente a estética. Ricardo Alves Jr, cineasta mineiro, adaptou o seu premiado curta "Tremor" , de 2013, e o esticou, criando o longa " Elon não acredita na morte". Ele substituiu o ator Elon Rabin, que dá nome ao personagem , pelo ator Romulo Braga, que está extraordinário. E' um filme que mistura atores e não atores, em narrativa totalmente documental. Um filme adulto, trágico, cult e um belo presente para cinéfilos. Trilha sonora e fotografia fodas, ajudando no clima claustrofóbico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário